domingo, 28 de março de 2010

Renato Russo - Tempo Perdido


Tenho certeza que os 50 anos que Renato Russo competaria no dia 27 de março seriam mais do que uma celebração. Se estivesse vivo, creio que estaria envolvido com a música. Mas de uma forma mais relaxada, aproveitando mais o tempo ao invés de simplesmente desperdiçá-lo. Estaria ele mais maduro e seguro do que ele queria como artista.


Comentar o seu mais recente disco, Duetos, seria desnecessário. Não há grandes novidades. Algumas faixas já foram mais do que tocadas nas rádios, como Mais Uma Vez, com o grupo 14 Bis. O disco na verdade funcionaria como uma mera coletânea, não fosse pelo belo dueto com a Fernanda Takai. Unidos pela tecnologia. Takai e Russo cantam Like a Lover, versão em inglês de O Cantador, de Dori Caymmi e Nelson Motta. A mesma canção que Elis Regina defendeu em um festival de música dos anos 60. Mas a versão em inglês é a mesma que o músico Sérgio Mendes gravou na mesma época.

Só me pergunto se mais uma coletânea desse tipo seria necessária? Morto em 1996, Renato Russo deixou dois discos solo e uma carreira intensa com a banda Legião Urbana, cujo legado é até hoje reverenciado pelos fãs e pelo público que viveu os anos 80. Mesmo a geração dos anos 90 não deixa de reconhecer Russo como um dos ícones do Rock Nacional. Alguém cujas letras tinha alguma consistência poética convincente. Alguém que tinham algo para dizer ao jovem e ao público em geral.

Duetos só teve o mérito de trazer a tona o mito em torno de Renato Russo. Muito mais do que um cantor, ele trouxe para o rock um tipo de música que tanto podia ser contestatória (Geração Coca-Cola, Que País é Este?) como poderia tratar de assuntos ligados ao coração das pessoas (Quando o sol bater na janela do seu quarto, Vamos fazer um filme). Com certeza, foi uma vida breve, mas muito intensa no meio musical. E parafresando o trecho uma de suas canções mais conhecidas: Não foi tempo perdido. Nada foi em vão. Senão, a sua obra não estaria por aí, sendo reverenciada por várias gerações.

Escolhi este vídeo por ser junto com o Herbert Vianna. Além de conviver com ele em Brasília, Herbert ainda deu uma força para o amigo, gravando uma canção no primeiro disco dos Paralamas do Sucesso (Química) e levando uma fita com músicas da Legião Urbana para a gravadora.