segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

Lô Borges e o seu Horizonte Vertical


Cada vez mais. Lô Borges vai se fechando em copas, ou melhor, em Minas Gerais. Cercado de amigos de origem mineira ou com raízes fortes em seu estado, ele lançou em 2011 o disco Horizonte Vertical, no qual se mostra aberto para novas parcerias , produzindo um som mais pop, próprio para tocar em rádio, apesar de alguns costumeiros experimentalismos sonoros, que sempre pontuaram a sua carreira.

Uma das parcerias foi com Fernanda Takai, da banda Pato Fu, com quem Lô divide os vocais nas faixas On Vênus, Antes do Sol, Xanana e Quem Me Chama. Dessas quatro, Quem Me Chama é a que possui um som pop mais acentuado. E uma letra até inocente em sua mensagem de amor: "Quando vi/Quem me chama/Era tanta coisa pra dizer/Era luz/Era sombra/Era só você o meu querer..."

Samuel Rosa, do Skank, já havia feito parcerias anteriormente com Lô. E desta vez, os dois brindam o público com a canção que dá nome ao disco - Horizonte Vertical, que também tem colaboração de Nando Reis. A letra mostra uma aparente inspiração nos Beatles: "Sem cortinas os olhos vêem bem mais/O horizonte vertical/Recortando a luz que os olhos têm/Vendo um cartão postal..."

E dupla Lô e Samuel Rosa ainda compôs com Patrícia Maês a canção Nenhum Segredo, que mantém a veia pop das demais faixas, lembrando um pouco a fase do disco Todo Prazer, de Lô.

O eterno parceiro Milton Nascimento, com quem Lô gravou o álbum Clube da Esquina em 1972, aparece na faixa Da Nossa Criação, que Lô escreveu com Patrícia Maês, novamente com inspiração beatlemaníaca: "...No rastro dos pedaços/Dos nossos passos/Na imensidão/Onde se encontra a chama/Que não se apaga/Da nossa criação..."

Na faixa Mantra Bituca, Lô Borges homenageia o amigo Milton, que novamente participa nos vocais, tocando o seu inseparável violão.

Lô ainda aparece em três faixas em momento solo: De Mais Ninguém, O Seu Olhar, Você e Eu e Canção Mais Além. Nenhuma delas foge da veia pop observada nas demais faixas.

Horizonte Vertical não tem a pretensão de superar obras consagradas no passado. Mas é uma ótima pedida para o ouvinte saber como está um dos mentores do movimento musical Clube da Esquina no início dos anos 70. Que por sinal, continua respirando os ares mineiros de forma inquieta, buscando inspiração para novas canções.


Link para música Horizonte Vertical