sábado, 5 de dezembro de 2009

O longo caminho de Yusuf Islam



Quando o artista se retira da cena musical, fica sempre uma dúvida quanto ao seu retorno no futuro. Ainda mais quando ele resolve mudar radicalmente seu estilo de vida e religião. Porém, no caso de Yusuf Islam, conhecido nos anos 70 como Cat Stevens, a situação permanece inalterada. Seu mais recente disco, Roadsinger, trouxe novamente a tona seu talento nato para compor baladas em arranjos folk e formato acústico.



Para quem não se recorda, Cat Stevens reinou nos anos 70 nas rádios. Quem não se lembra de canções como Wild World, Morning Has Broken e Father And Son, entre tantas outras que tocaram a exaustão nas rádios. Nos anos 80, resolveu se afastar da mídia e se converter a religião muçulmana. O exílio voluntário duraria até o lançamento de An Another Cup, que confirmou seu talento nato como musico pop. Na sequência chega agora o disco Roadsinger

Yusuf Islam é um daqueles músicos que tem a preocupação de transmitir mensagens, positivas ou não, para o público. E esse novo trabalho é denso e ao mesmo tempo fácil de ouvir. Estaria com certeza inserido em sua discografia dos anos 70.

É difícil até elencar as melhores canções. Todas são excelentes. Desde a densa faixa que dá nome ao CD (Roadsinger), até as etéreas baladas Welcome Home e The Rain, tudo é perfeito dentro do universo folk de Yusuf Islam. Refrões fáceis de memorizar, entoados pela mesma voz agridoce dos anos 70.

O vídeo oficial da canção Roadsinger mostra Yusuf Islam dirigindo uma perua Kombi. Ao fundo, se vê imagens que pontuaram sua carreira, como o símbolo do movimento hippie do final dos anos 60 e uma mensagem pacifista, mostrando uma cidade atingida por um ataque aéreo e um jovem com expressão de choro (Aonde vamos parar?, diz o refrão da canção).
Longe de soar piegas, a mensagem pacifista é mais do que atual, ainda mais com as tensões provocadas pelos ataques do dia 11 de setembro de 2001, que refletiram até mesmo em sua pessoa, quando foi proibido de entrar nos Estados Unidos, por causa de sua religião.



O novo disco de Yusuf Islam/Cat Stevens é de longe um dos melhores lançamentos do ano. Pode até estar um degrau abaixo em relação ao que ele produziu nos anos 70. Mas certamente é superior a muitos outros que já foram lançados nesse estilo nos últimos tempos. Uma verdadeira aula de como produzir um disco pop acústico e de bom gosto.

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